20 DICAS PARA MELHORAR A SUA VIRADA

Olá amigos,

Neste artigo quero falar com vocês sobre a virada olímpica.  Para alguns uma habilidade difícil de ser aperfeiçoada.  Para outros um verdadeiro desconhecido.  Para os triatletas de maneira geral uma verdadeira perda de tempo.  Para mim um dos principais motivos para eu ter melhorado meus tempos no último ano.

Quero falar diretamente para os triatletas agora: Deixe de ser ignorante e entenda de uma vez por todas que a virada é sim importante para os seus treinamentos.  Não é porque você não realiza virada no mar que você não precisa dar atenção para a sua virada.  A virada é um diferencial que pode melhorar em muito o seu desempenho na piscina.  E se você tiver uma melhora no seu  desempenho na piscina consequentemente terá uma melhora na prova.  Também não existe agachamento, supino, exercícios de abdominais, flexão de braço ou qualquer exercício realizado dentro de uma sala de musculação em sua prova de triatlon e mesmo assim você vai para a sala de musculação e se dedica ao máximo porque sabe que com isso você vai melhorar.  Com a virada deve ser a mesma coisa.  Então aprenda e faça.

Esta semana eu fui questionado por um aluno de personal sobre a virada.  Ele me disse: “Wanderley, qual é o seu segredo para fazer a virada. Eu acho que você não conta tudo e esconde alguma coisa”.  Foi mais ou menos isso que o Jair me disse.  Prometi a ele que escreveria tudo o que sei em meu próximo artigo no Espírito Outdoor. Então aqui 10 dicas para melhorar a sua virada olímpica e 10 erros que você não deve cometer.

Boas braçadas e viradas

  1. Antes e depois da virada: Precisamos pensar na virada olímpica não apenas no momento em que realizamos a cambalhota na parede, mas também em outros dois momentos, a aproximação da parede e todo o nado submerso que vem após a impulsão da parede. Se você pensar apenas na cambalhota você continuará tendo uma virada mediana.
  2. Os últimos 5 metros: Vejo muitos nadadores diminuindo a velocidade ao se aproximar da parede e este é um erro crucial para a virada.  Assim que entrarmos na área da bandeirinha que são os últimos 5 metros precisamos manter a velocidade.  As últimas duas braçadas precisam ser precisas de maneira que na última braçada não exista um deslize para se aproximar da parede.  Estas duas braçadas também precisam ser mais enérgicas para entrar no giro com uma maior velocidade.
  3. Respiração: De maneira alguma entre na cambalhota depois de realizar várias braçadas com  bloqueio de respiração.  Você vai precisar de muito ar para realizar o nado submerso após a impulsão da parede, então, respire na última braçada antes da cambalhota de qualquer jeito.
  4. Solte o ar pelo nariz:  Durante todo o giro você precisa soltar o ar pelo nariz para que o ar não entre pela narina e cause um grande desconforto.  Não force a saída de ar, mas deixe que o ar escape naturalmente pelo nariz. Segure o ar logo após o giro e volte a soltar o ar durante as ondulações.
  5. Cambalhota: Realize o movimento de cambalhota mantendo os dois braços apoiados ao lado do corpo empurrando a água para o fundo da piscina.  Assim que terminar a cambalhota as mãos devem estar posicionadas acima da cabeça prontas para iniciar a posição de “Streamline”.  É muito comum o nadador realizar um movimento de remada ou manivela com os braços na lateral do corpo durante o giro.  Este movimento deve ser evitado.

    Michael Phelps possui as viradas como um de seus pontos fortes.
    Michael Phelps possui as viradas como um de seus pontos fortes.
  6. Toque na parede: O toque na parede após a cambalhota deve ser preciso e rápido.  Assim que os pés tocarem a parede você já deve iniciar a impulsão sem demora.  Para que isso aconteça de maneira mais eficiente suas pernas devem estar bem flexionadas com um ângulo menor do que 90 graus na flexão dos quadris e joelhos.
  7. Streamline: Existem 4 pontos principais a se destacar desta posição tão importante na natação.  São elas, a) mãos sobrepostas; b) braços estendidos acima da cabeça; c)cabeça entre os braços com as orelhas escondidas; d)pernas estendidas e glúteos contraídos/apertados. Assim que você realizar a impulsão da parede você terá que se manter nesta posição por alguns segundos. Não vamos nos preocupar se o streamline esta sendo realizada com o corpo totalmente em decúbito ventral ou um pouco inclinado.  Caso isso aconteça, você poderá ajustar o corpo durante o Streamline.
  8. Após o toque na parede: A impulsão na parede deve ser dada buscando o fundo da piscina.  Neste momento você estará na posição de Streamline. A profundidade que você terá que buscar durante o Streamline irá variar bastante.  Deverá ser levada em consideração a profundidade da piscina onde treina, sua flutuabilidade e a qualidade do seu Streamline. Identifique a profundidade de seu Streamline com seu técnico.

    Posição de Streamline
    Posição de Streamline
  9. Ondulações: Assim que você sentir que o seu deslize esta perdendo a velocidade você deve iniciar as ondulações buscando a superfície. O número de ondulações ideal deve variar de nadador para nadador. É importante que as ondulações terminem assim que você quebrar a linha da água.  Deve ser levada em consideração a eficiência de suas ondulações.  Não é interessante que elas se prolonguem caso não estejam sendo eficientes.  Tente identificar a eficiência de suas ondulações e a quantidade de ondulações ideal para você com seu técnico.1003928_751644271515624_467036433_n
  10. Iniciar o nado: O nado deve iniciar assim que terminarem as ondulações.  Você não deve iniciar a braçada com o corpo ainda afundado para evitar o arrasto.  A primeira braçada deve acontecer simultaneamente com a saída do corpo da água.

    Sincronismo perfeito entre a saida do corpo e a primeira braçada.
    Sincronismo perfeito entre a saida do corpo e a primeira braçada.

Erros comuns nas viradas:

  1. Desacelerar o nado ao se aproximar da parede
  2. Bloquear antes de realizar a cambalhota
  3. Realizar a última respiração olhando para frente
  4. Não soltar ar pelo nariz durante a cambalhota
  5. Realizar um movimento de manivela com os braços na lateral do corpo durante a cambalhota
  6. Tocar a parede na cambalhota com as pernas estendidas
  7. Interromper precocemente o streamline para realizar as ondulações
  8. A impulsão da parede ser próxima da linha da água e não para o fundo
  9. Realizar as ondulações na superfície
  10. Iniciar a braçada com o corpo ainda afundado

Agora que você terminou de ler o artigo, assista ao vídeo da prova em que Michael Phelps quebrou o recorde mundial nos 200 livre em Beijing 2008 realizando uma virada absurda nos últimos 50 metros.


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