Equipamentos esportivos: no que vale a pena gastar mais?

O tíulo de homem das cavernas (caveman) já pertence ao Campeão mundial de triathlon Conrad Stoltz (Leia Conrad Stoltz fala ao Espírito Outdoor), mas talvez esse seja o melhor termo para definir minha experiência no esporte. Pratico esporte desde 1994 (melhor nem fazer as contas). Quando comecei no esporte, touca de silicone e tecidos tecnológicos eram inexistentes ou pouco acessivos. No triathlon, que ainda não valia vácuo, competíamos de sunga e camiseta. Camiseta essa que era guardada dentro da touca ou da sunga para ganharmos segundos preciosos na área de transição. Os tênis de corrida engatinhavam, os relógios esportivos bons tinham 8 laps e nutrição esportiva era banana e pão com goiabada nos treinos longos de ciclismo.
Hoje tenho acesso a vários equipamentos bons, frequencímentro, gps, roupas melhores, bikes fantásticas, e é inegável a contribuição que a evolução da tecnologia trouxe para o esporte tanto na performance quanto na melhora do treinamento.
Mas no fundo ainda gosto da simplicidade e vira e mexe saio para correr sem relógio, pedalar sem ciclocomputador….
Mas então, o que realmente faz diferença na performance do atleta?
E exatamente isso que tentarei responder nesse assunto, no que realmente vale a pena gastar mais e no que é melhor gastar menos?

Internacional de Santos 1998
O autor no Triathlon Internacional de Santos 1998 – Sunga e Sunkini, o traje hightech para o triathlon na época

Tênis: lowtech
Alguns autores defendem que quanto mais caros os tênis de corrida, maior o número de lesões sofridas pelos atletas. Tênis de ponta são recomendados a casos específicos como pesoas muito pesadas, ou que tem alguma limitação de movimento como por exemplo uma pronação severa. Mas os calçados mais caros são os primeiros que os vendedores tentam empurrar.
Opinião do editor: dinheiro sempre foi um limitante para mim. Quando comecei dependia dos meus pais para comprar os tênis, e tendo mais 2 irmãos, nem sempre eu tinha acesso aos calcados hightech, por isso me acostumei a buscar alternativas dentre as opções que cabiam no meu orçamento.
Mais tarde, quando pude experimentar os tênis mais caros, cheguei a conclusão de que os tênis medianos e em promoção (nem os mais caros, nem os mais baratos), eram os que mais me satisfaziam, além de que não conheço nenhum corredor ou triatleta de ponta que treine com tênis hightech de R$800,00 (leia-se kaiano, mizuno wave….).

Bicicletas: Hightech
Se existe um esporte onde o equipamento faz muita diferença este esporte é o ciclismo. é inegável a vantagem de uma bike top em relação a uma bike mais simples. Uma bike mais cara normalmente proporciona mais aerodinâmica, menos peso e melhor transferência de forca proveniente de suas pedaladas. No mtb um grupo melhor representa mais performance e durabilidade sob condições extremas (principalmente na lama). No ciclismo, uma bike mais leve é condição sine qua non para vc poder competir de igual para igual com os outros atletas numa prova de subida. No triathlon, alinhar para a largada de uma prova sem uma roda aerodinâmica é sabidamente desvantajosos.
Opinião do editor: comecei no esporte com os piores equipamentos disponíveis, pois não tinha dinheiro. Com o tempo pude melhorar meus equipamentos e sentir a diferença dos equipamentos melhores. E c onstatei, realmente bikes mais caras são melhores.

 

óculos para natação

Óculos de natação: Lowtech
Existe uma infinidade de óculos de natação, mas esse é um equipamento onde a simplicidade e sinónimo de funcionalidade.
Óculos com muitos recursos na maioria das vezes são frágeis e não aguentam muito tempo o treino do dia-a-dia, além é claro de serem mais caros. Apesar da infinidade de modelos, a grande maioria dos nadadores opta por usar os óculos suecos, que são baratos e incrivelmente simples.
Opinião do editor: meu esporte de origem é a natação. Sempre fui curioso e experimentei uma infinidade de óculos, mas durante 14 anos usei os suecos, apesar de serem considerados por muitos duros (pois não tem a borracha de vedação) esses óculos proporcionam uma ótima regulagem, o que para um atleta narigudo como eu faz toda a diferenca. Hoje uso um óculos da hammerhead chamado latitude e desde então esse tem sido o meu óculos preferido.

Roupas esportivas: HIghtech
Quem comecou a correr nadar e pedalar a menos de 10 anos, talvez nem saiba o que é correr com camiseta e meias de algodão, pedalar com jerseys de lã ou nadar com sungas de elanca. O vestiário esportivo foi uma área onde a tecnologia realmente fez diferença. Em se tratando de roupas esportivas, a tecnologia é sinônimo de qualidade. E a qualidade tem preço. É impossível comparar uma camiseta de um dryfit de pior com um de melhor qualidade, enquanto o mais simples retém cheiro e pode causar irritações com o uso constante, os tecidos de melhor qualidade trazem conforto térmico e performance.
Shorts e bermudas de melhor qualidade fazem muita diferença no conforto dos treinos, principalmente os longos. Meias tecnológicas ajudam na prevenção de bolhas, micoses, chulé…algumas ate afirmam que ajudam na absorção do impacto, o que eu acho que é verdade. Corta-ventos, anoraks, jaquetas e capa de chuvas, são itens que devem ser comprados com critério e sempre que possível compre o melhor que puder.

Opinião do Editor: Se estiver dentro do seu orçamento, compre sempre o de melhor qualidade.

Nutricão esportiva: Bom senso
A nutrição esportiva contribui muito para a melhora da qualidade dos treinos, por principalmente, ajudar na recuperação entre os treinos.
As bebidas esportivas são muito melhores, hoje do que no passado. As proteínas hoje, proporcionam melhor recuperação muscular e auxiliam na manutenção dos atletas de endurance. Os carboidratos, melhores combinados proporcionam uma absorção mais rápida.
Opinião do editor: Minha crítica no entanto é que os suplementos devem ser usados com moderação, pois acho que a grande maioria das pessoas que os usam hoje, os usam sem necessidade.

Touca de Silicone: Hightech
As toucas de latex inacreditavelmente ainda habitam as prateleiras das lojas esportivas, uma vez que as toucas de silicone são indiscutivelmente superiores, na durabilidade, no conforto e na prevenção de danos aos cabelos.
Opinião do editor: eu prefiro nadar sem touca, e o faço sempre que posso, mas quando sou obrigado a usar touca, não tem discussão, minha touca é de silicone!

E você o que acha dos equipamentos esportivos? Deixe o seu comentário!
Bons treinos!

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Comentários

8 respostas para “Equipamentos esportivos: no que vale a pena gastar mais?”

  1. Avatar de Gabriel
    Gabriel

    Muito bom artigo!

    Nadei competitivamente por 11 anos, e ainda hoje (10 anos depois) quando caio na piscina acabo escolhendo um dos meus suecos, mesmo tendo vários outros óculos mais “estilosos”…
    Ultimamente tenho acompanhado muito o ciclismo (principalmente de estrada) e o triathlon (que pretendo em breve começar a praticar e disputar algumas provas) e uma coisa que sempre me questiono é sobre qual a melhor bike (custo benefício) para iniciar, considerando que é um investimento e tanto, pois alem da bike entram no jogo uma sapatilha confortável e um bom capacete, e que na minha opinião se torna um ótimo incentivo (o investimento nos equipamentos) à pratica do esporte.

    1. Avatar de Rodrigo Langeani

      Gabriel, você tem razão, a escolha da bike é uma coisa complicada.
      Para a primeira bike gosto de indicar o seguinte, compre a biek mais barata que puder, pois daqui 6 meses você vai querer vendê-la, ou porque desistiu do esporte ou porque realmente gostou do esporte e quer uma bike melhor.
      E as bikes mais baratas são melhores para a revenda.
      Abração,

  2. Avatar de xampa
    xampa

    Salve Rodrigo, belo texto.
    Gostei do lance dos óculos. Vou testá-los.
    Em relação a bike, aonde a grana pesa mais, eu acho que as pessoas gastam muito sem precisar e sem ter performance para tal.
    Já começam no esporte querendo pedalar de bike TT e a escola deve começar na road. Ali, ele vai aprender a cadencia, posicionamento, direção e a trocar marchas.
    O que mais se vê, é um triatleta que chega em uma curva cotovelo e só passa a marcha depois que já passou da curva ao invés de já iniciar a troca qdo já não está mais pedalando.
    Fora os que nem trocam a marcha.
    Enfim, gostei muito das dicas. Eu gosto desse estilo old school, acho que muita coisa é inútil e que só serve para dar grana para as empresas que vendem os produtos.
    Abs !!!!!!!!!!

    1. Avatar de Rodrigo Langeani

      Também sou meio old-schoo também.
      Quanto a questão da bicicleta concordo em gênero, grau e número. O ideal é que quem irá começar compre a bicicleta mais barata possível, pois depois de 6 meses vai querer vendê-la, ou por desistir do esporte ou por querer uma bicicleta melhor.
      Quando a questão da habilidade sobre a bike, aguarde um pouquinho, será o assunto do nosso próximo artigo.
      Abração,

  3. Avatar de Gisele Bertucci
    Gisele Bertucci

    Adorei o artigo e concordo plenamente! A indústria da tecnologia movimenta milhões e para mantê-la o apelo ao consumo é muito forte. Isso leva os atletas a esquecerem a verdadeira essência do esporte e a gastar muito mais que o necessário. Tive atletas que não sabiam mais treinar sem gps, outro deixou de treinar pq ñ conseguiu comprar o tal tenis com chip de ñ sei o q… parece brincadeira, mas o excesso de tecnologia pode ser prejudical a saúde!
    Rô, adorei o sunkini, rsrsrssr!
    Ótimos treinos e saúde a todos!
    Gi

    1. Avatar de Rodrigo Langeani

      Gí, diga-se de passagem acho que o sunkini era seu, não?

  4. Avatar de Gisele Bertucci
    Gisele Bertucci

    Haahahah, era sim, lembro bem… tava todo puído!!!

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